segunda-feira, 22 de março de 2010

Dia Mundial da Água

O petróleo é nosso e, a água também.

A água doce é um recurso limitado, sendo sabido que os recursos hídricos diminuirão continuamente, em decorrência do crescimento da população, da poluição e do aquecimento da terra.

Distribuição de água no planeta:
De toda água existente na Terra (1.380.000 km³), 97,3% é água salgada e apenas 2,7% água doce; e
Da água doce disponível na terra (37.000 km³), 77,20% se encontra em forma de gelo nas calotas polares (28.564 km³), 22,40% se trata de água subterrânea (8.288 Km³), 0,35% se encontra nos lagos e pântanos (128 km³), 0,04 % se encontra na atmosfera (16 Km³) e apenas 0,01% da água doce está nos rios (4 km³).

O Brasil tem um dos piores índices de desperdício do mundo. Em Israel são empregados 600 m³ de água para irrigar um hectare por ano. No Nordeste Brasileiro são utilizados 18.000 m³, ou seja, 30 vezes mais. Nas cidades, as perdas de água potável não são menores. Estima-se que 40% do volume de água tratada seja perdida durante a distribuição, devido a vazamentos nas tubulações.

A escassez de água já é uma realidade mundial. A água doce, vital para a vida humana, é real problema para a vida humana, é real problema para regiões e países em diferentes partes do globo terrestre. É uma questão que se agravará nas próximas décadas. Guerras e conflitos regionalizados ocorrerão para garantir o acesso a esse bem precioso. A “commodity água” terá um valor econômico e estratégico muito semelhante ao petróleo nos dias atuais.

No planejamento geopolítico das potências econômicas mundiais, a “guerra da água” é um cenário permanentemente atualizado. O conflito será inevitável. O Brasil e a América do Sul estão no epicentro dessa crise de abastecimento que ocorrerá em futuro não longínquo. Ao aprovar uma lei das águas em 1997, o governo brasileiro dotou-nos de um Plano Nacional de Recursos Hídricos do maior valor estratégico, ao assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água.

Não é o bastante. Por quê? Ocorre que o Brasil detém 20% da água doce do mundo, um privilégio quando se sabe que somente 3% da água do planeta é aproveitável. E de acordo com a FAO, organismo da ONU, a América do Sul dispõe do maior potencial de recursos hídricos do mundo. O volume dos rios, lagos e pântanos confere essa condição de incomparável riqueza regional. São as reservas hídricas de superfície. As reservas subterrâneas brasileiras e sul-americanas constituem outra fronteira de riqueza estratégica de enorme valor econômico.

Para evitar que isto aconteça, temos que tomar as devidas providências para proteger este nosso bem, enquanto ainda há tempo. Temos de agir!
E, para isso precisamos, principalmente, de:
- uma gestão adequada à manutenção deste recurso natural pela preservação do meio ambiente desde a sua origem até o seu deságüe no mar;
- um tratamento protetor nos moldes do nosso petróleo;
- promover a pesquisa da biodiversidade de nossas bacias hídricas; e
- evitar a privatização/globalização da exploração da nossa água doce.

Se não cuidar agora, vamos perder sem perceber.