sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Teresópolis longe de voltar a normalidade.

Teresópolis está longe de voltar a normalidade, a tranquilidade do Alto e da Várzea são mesclados com a dor em frente a delegacia e o quadro de desaparecidos da pracinha da Várzea.

Se afastando em direção da Posse podemos ver de longe a poeira e quando se chega mais perto o cheiro da devastação. Casas soterradas ainda com seus proprietários dentro. A destruição total ou parcial de casas, as ruas, antes calçadas ou asfaltadas, cheias de buracos e lama, muita lama. Homens e mulheres trabalhando para todo lado, gente dormindo no resto de seus lares, com medo de saques, pelo pouco que sobrou. Toneladas de terra e areia transformando o que era um sonho em um cemitério sem covas. A dor que as vítimas sentem não é possível aquilatar, mas a angustia no peito de quem vê de perto esta desgraça é realmente sufocante.

De um lado da rua casas sem um arranhão, do outro lado casas transformadas em lixão. Tanta tristeza e perplexidade por tal contraste causado pela armadilha do destino. Por que fiquei,porque sai por que deixei, por que briguei, a verdade é uma só temos que estar preparados diariamente, para muitos o fim do mundo chegou, para outros descobriram o inferno na terra, o suspiro que é a nossa passagem por esta vida deve ser bem suspirado. Aproveitar cada oportunidade de felicidade e repelir cada tentativa de disturbio, só assim poderemos, diariamente e a cada instante, estar em paz com o nosso coração e em harmonia com o universo.

Os abrigos espalhados pela cidade são um colírio para os nossos olhos ardidos pelo sofrimento, ver pessoas de várias cidades, algumas até bem distante de Teresópolis, trás em sua imagem aglomerada um sentimento de aconchego, tanta dedicação e desprendimento que só de ver nos sentimos revigorados com o que há de melhor nos seres humanos.

Hoje subi de desci a serra com muitos caminhões, taxis, carros particulares, todos como eu levando donativos e retornando entristecidos por não poder fazer mais. É impossível parar com nossas vidas para uma dedicação exclusiva e de longa duração, como era a vontade de muitos, mas sinto em meu peito, não o sentimento de dever cumprido, mas do máximo realizável neste momento, se todos derem o que puderem, não podemos pedir mais.

Embora o meu racional esteja abrandado o meu emocional ficou em frangalhos, não basta ajudar materialmente temos que elevar o pensamento e enviar forças para todos aqueles que, de alguma forma, tiveram a fita do destino cortada, abruptamente.

Ainda resta muito que fazer, mas tenho Fé que a ajuda vai continuar chegando, a vida, mesmo sendo dura e cruel, é o nosso maior bem e ajudar aos sobreviventes ao recomeço não é uma tarefa fácil, mas não se pode esmorecer temos que continuar, justamente para que não seja esquecida está fatalidade e que todos façam a sua parte para evitar a sua repetição.

Fotos em http://www.orkut.com.br/Main#Album?uid=854863598177227468&aid=1296062862

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